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Bonita como sabe ser bonita
A menina da loja dos presentes.
E na arte de vender é tão perita,
Que não teme doutores concorrentes.
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É Iracema, sem ser a de Alencar,
Não tem as frondes verdes por dossel,
Mais a luz que irradia seu olhar
É doce como seus lábios de mel.
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Os cabelos, tais asas de graúna,
Mais longo que seu talhe de palmeira.
Da tribu Tabajara, uma fortuna,
A encatada gatinha borralheira.
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Lembra do Ipu as matas e grotões:
O verde na pelúcia das campinas,
A orvalhada nos altos espigões
Nas furnas o cinzento das neblinas.
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Não veio dos mistérios dos sertões...
Sendo a alma das quadrinhas mais dolentes,
É a vida do folclore e das canções,
A menina da loja dos presentes.
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